a) Primeiros Padres
Em l555 o rei autorizava a abertura, em Ribeira Grande, de “uma escola de Latim e Moral”. Seu carácter de externato e sua insuficiência levaram o Bispo a abrir o Seminário em l570 que, entretanto, por dificuldades várias, só durou até l594.
Em l2 de Janeiro de l570 havia sido decretado pelo rei D. Sebastião a construção de um Seminário Diocesano, mas só o Bispo D. Frei Francisco de S. Simão é que daria início quer à construção do Seminário quer à da residência episcopal.
No entanto, apesar da descontinuidade na formação, a Diocese, além do clero secular, procedente de Portugal, pôde contar, logo desde o início, com algumas dezenas de sacerdotes nativos formados localmente. Já por volta de l520 existiam cerca de 20 sacerdotes nativos. São ainda exemplo disso os Padres Manuel Mendes e Nicolau Fernandes, naturais de Santiago e nomeados, aquele em l574 e este em l592, respectivamente pároco de Santa Catarina do Mato e Cónego da Sé Catedral. Prova ainda dessa abundância é também a determinação consignada na portaria real de l608 que mandava dar precedência aos nativos na atribuição dos cargos eclesiásticos.
Além do clero secular (local e procedente de Portugal), trabalharam na Diocese, nomeadamente em Santiago e Fogo, os Jesuítas, os Capuchos das Províncias da Soledade e da Piedade e também alguns sacerdotes Agostinhos e frades da Ordem Terceira de S. Francisco.
Em l600 há notícias da existência das Freiras de Santa Clara na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição .
b) Primeiras Paróquias
Quanto às Paróquias, não se sabe exactamente a data da sua criação mas são certamente anteriores à criação da própria Diocese, já que para a sede desta foi escolhida em 3l de Janeiro de l533 a Paróquia da Ribeira Grande em Santiago. Além disso, em l480 já se fala da erecção do segundo templo paroquial destas ilhas, no Fogo. Em l534 S. Filipe já tem Pároco na pessoa do Padre Gil. A Paróquia de S. Lourenço, no Fogo seria criada em l556.
Em 3 de Agosto de 1575 foi publicado um alvará para um capelão em S. Antão.
A Igreja da Misericórdia começaria a ser construída por volta de l556, mandado pelo Bispo Frei Francisco da Cruz que também mandou construir a Sé. Entretanto, por um documento datado de 20 de Maio de l572 --pelo qual, com o fim de ajudar o povo a sustentar o seu clero, o rei D. Sebastião mandava que os vigários e capelães das freguesias com menos de duzentos fogos recebessem 30$00 em mantimentos anualmente - se conclui que já na segunda metade do século XVI l56l existiam já doze das nossas actuais 30 Paróquias, a saber: Nossa Senhora da Graça, na vila da Praia; S. Nicolau Tolentino, na Ribeira de S. Domingos; S. Filipe, no Fogo; S. João da Ribeira do António, em Santiago; Nossa Senhora da Luz, dos Alcatrazes; (Primeiro Pároco em l4.7.l572); S. Jorge dos Órgãos; Santa Catarina do Mato; S. Miguel da Ribeira dos Flamengos; S. Lourenço do Pico, na ilha do Fogo; S Tiago da Ribeira Seca (l3.l.l556) ; e a Paróquia da sede da Diocese que posteriormente (l800) seria dividida em duas: Nossa Senhora do Rosário e Misericórdia Portanto, 9 já só na ilha de Santiago.
Sabe-se que data de l800 o envio de sacerdotes para as ilhas de S. Nicolau, Maio e Boa Vista.
A Paróquia do Maio (N S. da Luz) terá sido fundada em l677. O mesmo teria acontecido com a (s) da Boa Vista. Na primeira metade do século XIX teriam sido criadas as Paróquias de N.S. das Dores, na ilha do Sal (l834 mais ou menos). Nos fins do século XIX, e graças ao Seminário, o aumento do número de sacerdotes permitiria a criação, entre outras, das Paróquias de S. João Baptista, em Santo Antão; Nossa Senhora da Lapa, Queimadas, S. Nicolau; (criada por volta de l595 ); Nossa Senhora do Monte, na Brava; Santa Catarina em Cova Figueira, Fogo. A Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda no Fogo data do século XVII.